Há um ano, pesquisa apontava 28% de desaprovação ao governo. Agora, chega a 55%, praticamente o dobro. E 67% apoiam medidas de isolamento
Pesquisa divulgada nesta terça-feira (12) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta aumento da avaliação negativa do presidente Jair Bolsonaro, a uma taxa recorde, e da desaprovação ao seu governo, que já supera metade da população. A avaliação positiva seguiu relativamente estável, com ligeiro recuo. Mais de dois terços dos entrevistados se disseram favoráveis às medidas de isolamento social, que o governo critica.
Os dados da pesquisa CNT/MDA são mais eloquentes se comparados com os do início do governo. Em fevereiro do ano passado, a desaprovação atingia 28%. Agora, é de 55%, praticamente o dobro. No mesmo período, a aprovação passou de 57% para 39,2% – em janeiro último, era de 48%, o que indica perda de nove pontos em apenas quatro meses.
Para 32% dos entrevistados, o governo Bolsonaro é ótimo ou bom – eram 35% em janeiro e 39% em fevereiro de 2019. Para 43%, o maior nível até aqui, é ruim ou péssimo, ante 31% em janeiro e apenas 19% no ano passado. Em resumo, a avaliação positiva ficou estacionada, enquanto a negativa disparou. O regular foi de 32%, em janeiro, para 23% neste mês.
Isolamento sem exceção
Sobre a pandemia, 51,7% dos entrevistados disseram apoiar a atuação do governo, enquanto 42,3% desaprovam. Mas a aprovação dos governos estaduais é maior: 69,2%, ante 26,8% contrário. A pesquisa mostrou ainda que 67,3% dos entrevistados consideram que todos devem aderir ao isolamento, independentemente de ser ou não de grupo de risco. Outros 29,3% disseram que só deve vale para esse grupo, e 2,6% declararam ser contra a medida.
A maioria (51,8%) disse ser contra as recentes manifestações de ataque ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), e 28,8% se posicionaram a favor. Outros 10,8% afirmaram não ser contra nem a favor, enquanto 8,6% não souberam ou não quiseram responder. E 62,5% são a favor do adiamento das eleições municipais, previstas para o final do ano.
Os entrevistados manifestaram pessimismo para os próximos seis meses. Em relação ao emprego, por exemplo, 68,1% disseram que vai piorar e só 15,1% esperam melhora. Quanto à renda, 46,7% acham que vai diminuir e 41,6%, que se manterá. No item saúde, 52,3% acreditam em piora e apenas 23,3% falam em melhora. A maior parte também acha que a educação vai piorar (47,4%). Na segurança pública, a maior parcela pensa que ficará igual (44,1%), ante 34,9% que falam em piora.
Segundo a CNT, foram feitas 2.002 entrevistas por telefone, em 492 municípios de 25 das 27 unidades da federação. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. (RBA)