Prefeitos discordam do anúncio feito nesta quarta-feira pelo Governo do Estado e preparam ofensiva para garantir a fase dois da Retomada Consciente a partir de 1º de junho
Em reunião terminada há pouco, o Conselho de Prefeitos do Condemat- Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê decidiu por solicitar ao Governo do Estado, em caráter imediato, a revisão da classificação atribuída para a Região no Plano de Retomada Consciente.
Pelo anúncio feito nesta quarta-feira (27/05) pelo governador João Doria, o Alto Tietê continua na fase vermelha, o que significa a permanência das regras vigentes da quarentena pelo menos até 15 de junho. Os prefeitos discordam disso e querem o início da flexibilização a partir do próximo dia 1 de junho, como se dará na Capital.
“Estamos insatisfeitos, e indignados, com o posicionamento incoerente do Governo do Estado de classificar o Alto Tietê atrás da Capital neste processo de saída da quarentena”, ressaltou o presidente do CONDEMAT, prefeito Adriano Leite.
“Desde o início, os municípios da Região Metropolitana foram penalizados com as restrições necessárias principalmente para o controle da doença na Capital. Agora, que chega o momento de flexibilizar, é inadmissível que São Paulo saia na frente. Vamos lutar pelos direitos do Alto Tietê ser classificada pelo menos na fase 2”, continua o presidente, ao fazer referência à etapa laranja que permite, entre outros setores, o funcionamento do comércio de rua e shoppings ainda que em capacidade reduzida.
Além de pedidos oficiais de revisão do enquadramento do Alto Tietê, a serem enviados entre hoje e amanhã ao Governo do Estado, a direção do CONDEMAT e das prefeituras estudam também outros instrumentos legais para assegurar que o processo de retomada gradual das atividades econômicas comece já na próxima semana. Os outros consórcios que representam as demais regiões da Grande São Paulo também serão mobilizados, assim como os deputados estaduais que integram a Frente Parlamentar em Apoio aos Municípios do Alto Tietê e os deputados federais.
O anúncio feito hoje pelo Governo do Estado contradiz a proposta que foi apresentada aos prefeitos do CONDEMAT pelo secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, na noite da última terça-feira. A alternativa de ter os critérios de ocupação de leitos, evolução de casos e isolamento social analisados separadamente da Capital visava justamente a maior autonomia das cidades locais para a flexibilização das atividades a partir da próxima semana.
“A Capital tem um peso desproporcional aos demais municípios da Grande São Paulo e o recorte permitiria critérios mais justos nas medidas a serem adotadas daqui para frente. Mas o que foi anunciado vai na contramão disso e penaliza a nossa Região que desde março está se desdobrando para ampliar os serviços de saúde enquanto aguarda pelos investimentos do Estado no aumento de leitos e equipamentos”, argumenta o presidente do Condemat.
A direção do Consórcio também reforça as cobranças dos compromissos assumidos pela Secretaria de Estado da Saúde, junto aos prefeitos e ao Ministério Público Federal, de abrir 198 leitos de UTI e Clínica Médica nos hospitais do Alto Tietê até 30 de junho.