Segundo pesquisa, número de pessoas que realizaram algum tipo de teste cresce conforme a renda e escolaridade
Até outubro, 25,7 milhões de pessoas havia feito teste para saber se haviam sido infectadas pelo coronavírus. O número corresponde a apenas 12,1% da população. Daquele total, 22,4%, ou 5,7 milhões, testaram positivo. Os dados são de edição específica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a Pnad Covid, divulgada nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, de um total de 211,5 milhões de habitantes, 9,7 milhões (4,6%) não fizeram nenhuma medida de restrição em outubro. Por sua vez, 93,8 milhões (44,3%) reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa. Outros 80,7 milhões (38,2%) ficaram em casa e só saíram por necessidade básica. Por fim, 26,3 milhões (12,4%) ficaram rigorosamente isolados.
Isolamento cai em outubro
Na comparação com setembro, diz o IBGE, aumentou (1,6 ponto percentual) a proporção de pessoas que não fizeram restrição e também as que diminuíram o contato, mas continuaram saindo (4,6 pontos). Por outro lado, diminuiu a parcela dos que só saíram por necessidade básica (2,2 pontos) e a daqueles que ficaram rigorosamente isolados (3,9 pontos).
A região Norte teve o maior percentual de pessoas que não fizeram restrições (8,1%). Já o Nordeste registrou maior proporção daquelas rigorosamente isoladas (14,7%).
“As mulheres registraram percentuais maiores (13,5%) que os dos homens (11,3%) em medidas mais restritivas de isolamento”, diz o instituto. A restrição foi maior no grupo até 13 anos de idade (34,5%), mas mesmo assim houve diminuição de 9,9 pontos em relação a setembro.
Mais renda, mais teste
A pesquisa do IBGE mostra pouca diferença entre homens (11,8%) e mulheres (12,4%) que fizeram algum tipo de teste para detecção da covid-19. No recorde etário, o índice sobe para 16,5% entre pessoas de 30 a 59 anos. E é mais alto conforme cresce a escolaridade. Vai de 6,6% entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto a 25% no caso das que têm ensino superior completo ou pós-graduação.
Assim, a testagem é mais frequente nas faixas de maior renda. No décimo mais elevado, 24,6%. No primeiro décimo, 6,1%.
Desemprego maior
O IBGE estimou em 13,8 milhões o total de desempregados em outubro, ante 13,5 milhões no mês anterior (aumento de 2,1%) e 10,1 milhões em maio (35,9%). A taxa de desemprego subiu para 14,1%, com variações regionais: Nordeste (17,3%), Norte (15,1%), Sudeste (14,2%), Centro-Oeste (12,1%), e Sul (9,4%).
Entre as mulheres, a taxa de desemprego foi bem maior: 17,1%, enquanto a dos homens foi de 11,7%. Também ficou acima entre pessoas de cor preta ou parda (16,2%) em relação aos brancos (11,5%).
Havia 74,1 milhões de pessoas fora da força de trabalho (queda de 1,9% em relação a setembro). Segundo o IBGE, 34,1% gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, enquanto 19,9% não buscaram trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade.
O afastamento do trabalho devido ao distanciamento social segue em queda, aponta o instituto. De 84,1 milhões de ocupados, 4,7 milhões estavam afastados do trabalho (-12,7%) e, destes, 2,3 milhões devido ao distanciamento (-22%). Essa quantidade já caiu 75,3% e 85,1%, respectivamente, desde o início da pandemia. Dos 4,7 milhões, 900 mil estavam sem remuneração.