Casos de covid-19 em São Paulo cresceram 68%. Doria estende quarentena até 7 de fevereiro

Quarentena é prorrogada pela 15ª vez. Flexibilização em setembro trouxe aumento de casos de covid-19 em São Paulo; e temor de “explosão” em janeiro

São Paulo – O governador João Doria baixou novo decreto estendendo a quarentena no estado para o período de 5 de janeiro a 7 de fevereiro de 2021. A decisão, publicada ontem (31) no Diário Oficial do Estado, estende a “medida de quarentena de que trata o Decreto nº 64.881, de 22 de março de 2020″. Na ocasião, shoppings, lojas, parques, cinemas, academias tiveram de fechar. Enquanto supermercados, bares, restaurantes, padarias poderiam abrir somente para compras, sem permissão de consumo no local. O decreto foi posteriormente alterado, em maio, pela medida que criou o Plano São Paulo, de monitoramento dos casos de covid-19 no estado. O plano, que não é modificado pelo atual decreto, estabeleceu diferentes fases de restrições e flexibilizações – vermelha, laranja e amarela – conforme as condições de controle da pandemia verificadas pelo Centro de Contingência do Coronavírus.

A quarentena havia sofrido outras 14 renovações de março para cá. O prazo da última prorrogação expiraria na segunda-feira (4). Em dezembro, São Paulo teve um aumento de 68% nos registros de casos de covid-19. As taxas de ocupação dos leitos de UTI voltaram a crescer. São de 65,2% na Grande São Paulo e 61,4% no Estado. O número de pacientes internados é de 11.129, sendo 6.252 em enfermaria e 4.877 em unidades de terapia intensiva, mas os dados são de terça-feira. São Paulo encerrou o ano com quase 1,5 milhão de casos de covid-19 e 47 mil mortes.

Mas a intensidade verificada na quebra das recomendações de isolamento neste final de ano preocupa especialistas. Desde a adoção da fase amarela, em setembro, comércio, bares têm apresentado movimentação típica de um estado de normalidade. Neste final de ano, o cenário de praias lotadas, confraternizações e festas, em locais abertos e fechados, deve levar a um agravamento nos registros de contaminações nas próximas semanas.

Após a queda no número de internações pelo coronavírus em setembro e o início do remanejamento de leitos para outras enfermidades, o Hospital das Clínicas de São Paulo (HC) já se prepara para uma possível explosão de casos de covid-19 em janeiro. O prognóstico é de Eloisa Bonfá, diretora clínica do HC. O hospital é ligado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É o maior complexo hospitalar da América Latina e só recebe quadros graves da infecção. (RBA)

Foto: Fernando Frazão/ABR