A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 estimou que cerca de 18,3% (ou 29,1 milhões) das pessoas de 18 anos ou mais de idade no Brasil sofreram algum tipo de agressão psicológica, física ou sexual nos 12 meses anteriores à entrevista. Além disso, cerca de 12% (ou 3,5 milhões) dessas vítimas deixaram de realizar atividades habituais em decorrência da violência sofrida.
A PNS estimou que 17,4% da população (ou 27,6 milhões de pessoas) sofreram violência psicológica, 4,1% (6,6 milhões) sofreram violência física e 0,8% (1,2 milhão) sofreram violência sexual. A maior parte dos autores desses três tipos de violência são pessoas conhecidas das vítimas. Estas, em sua maioria, eram mulheres. As prevalências de terem sofrido violência também foram maiores para jovens e para pessoas pretas e pardas.
A PNS também mostra que 8,9% das mulheres com 18 anos ou mais do país já sofreram violência sexual em algum momento das suas vidas.
A idade média para a primeira relação sexual, na população de 18 anos ou mais de idade, foi 17,3 anos. Entre os homens, a idade média da primeira experiência sexual foi 16,4 anos, inferior à das mulheres (18,1 anos). Apenas 6,1% das pessoas com 18 anos ou mais de idade entrevistadas afirmaram jamais terem tido relações sexuais.
Entre os indivíduos com 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas) usaram preservativo em todas as relações sexuais.
Pela primeira vez, a PNS 2019 investigou sintomas ou diagnósticos médicos de doenças transmissíveis, incluindo infecções sexualmente transmissíveis (IST). A estimativa é de que 0,6% da população com 18 anos ou mais (cerca de 1 milhão de pessoas) tiveram diagnóstico de IST nos 12 meses anteriores à entrevista.
Cerca de 79,7% das pessoas de 18 anos ou mais de idade usavam constantemente cinto de segurança no banco da frente, quando dirigiam ou eram passageiros. A prevalência desse uso foi maior entre as mulheres (81,5%), na área urbana (82,6%) e entre os idosos (84,8%). Já a proporção de pessoas que sempre usavam cinto quando andavam de automóvel no banco de trás foi de 54,6%.
Em 2019, das pessoas que informaram dirigir motocicleta, 82,6% sempre usavam capacete. Entre as pessoas entrevistadas que dirigiam moto ou automóvel, 70,0% disseram que nunca manuseavam o aparelho celular durante a condução, enquanto 3,1% sempre o manuseavam e 10,6%, às vezes.
Em 2019, a pesquisa estimou que 2,6 milhões de pessoas com 18 anos ou mais sofreram algum acidente de trabalho. Dessas, 68,7% eram homens e 31,3% mulheres.
Cerca de 49,0% (ou 48,5 milhões) das pessoas ocupadas com 15 anos ou mais de idade estavam expostas a fatores que poderiam afetar sua saúde, como ruído, materiais radioativos, resíduos urbanos ou material biológico, entre outros. Além disso, cerca de 10,6% das pessoas ocupadas de 15 anos ou mais de idade (ou 7,8 milhões de trabalhadores) presenciaram alguém fumando no seu ambiente fechado de trabalho.
A PNS também constatou que o tempo médio de deslocamento de casa para o trabalho (somando-se os trajetos de ida e volta) no país era de 4,8 horas semanais, sendo 4,9 horas em área urbana e 3,5 horas em área rural. Mas essa média semanal para as pessoas pretas (5,6 horas) era superior às das pardas (4,9 horas) e brancas (4,4 horas).
Quase 3 milhões de pessoas não contam com nenhuma rede de amparo familiar, sendo cerca de 603 mil delas são idosos (60 anos ou mais de idade).
18,3% da população sofreram agressão psicológica, física ou sexual nos 12 meses anteriores à entrevista
O questionário de violência da PNS 2019 foi revisado e incluiu uma lista de tipos de agressões (psicológicas, físicas e sexuais). Devido à essa mudança de metodologia, não é possível comparar os resultados da PNS 2019 com a edição de 2013.
Em 2019, cerca de 29,1 milhões de pessoas com 18 anos ou mais de idade do país (ou 18,3% desse grupo etário) sofreram agressão psicológica, física ou sexual nos 12 meses anteriores à entrevista. O percentual de mulheres foi maior (19,4%) do que o dos homens (17,0%).
A prevalência de casos de violência é mais acentuada nas pessoas de 18 a 29 anos (27,0%) e nas pessoas pretas (20,6%) e pardas (19,3%), ante 16,6% para as pessoas brancas. A prevalência foi de 22,5% entre as pessoas com rendimento de até 1/4 do salário-mínimo e de 16,9% para aquelas com rendimento acima de 5 salários-mínimos. Cerca de 3,5 milhões de pessoas (ou 12,0% das vítimas) deixaram de realizar atividades habituais em decorrência da violência sofrida. A prevalência feminina (15,4%) é mais que o dobro da masculina (7,6%).
2,3 milhões de pessoas agredidas procuraram atendimento de saúde
A PNS 2019 também investigou as consequências para a saúde das vítimas de violência psicológica, física ou sexual. Essas consequências foram classificadas como psicológicas (medo, tristeza, desânimo, dificuldades para dormir, ansiedade, depressão ou outras consequências psicológicas); físicas, (hematomas, corte, fraturas, queimaduras ou outras lesões físicas ou ferimentos); e sexuais (doença sexualmente transmissível ou gravidez indesejada).
Cerca de 2,3 milhões das vítimas procuraram atendimento de saúde, o que significa 15,6% das pessoas que alegaram ter tido alguma consequência devido à violência sofrida. Para os homens, este percentual foi de 13,2% e para as mulheres, 16,9%. Por cor ou raça, os percentuais foram de 17,5% das pessoas brancas, 14,8% das pardas e 13,4% das pretas.
Violência psicológica é relatada por 17,4% da população e 18,6% das mulheres
Em 2019, 27,6 milhões de pessoas de 18 anos ou mais disseram sofrer agressão psicológica nos 12 meses anteriores à entrevista, ou seja: 17,4% da população nesse grupo etário e 95,0% das pessoas que sofreram alguma violência.
O percentual de mulheres vitimadas foi maior (18,6%) que o dos homens (16,0%). A prevalência da população com 18 a 29 anos (25,3%) superou a da população com 60 anos ou mais (9,6%). A prevalência das pessoas pretas (19,3%) e pardas (18,3%) superou a das brancas (15,9%). O grupo com menor rendimento (até 1/4 do salário-mínimo) tinha a maior taxa de vítimas (21,1%), ante o grupo acima dos 5 salários-mínimos (16,2%).
Cerca de 59,1% das vítimas de violência psicológica foram ofendidas, humilhadas ou ridicularizadas na frente de outras pessoas, e a taxa das mulheres (61,3%) superava a dos homens (56,2%). Alguém ter gritado com ou xingado foi indicado por 76,4% das vítimas, também com a prevalência das mulheres (79,2%) superando a dos homens (72,8%).
Violência psicológica: companheiros(as) e familiares são as principais agressores das mulheres
Os agressores mais citados foram: cônjuge, companheiro(a), parceiro(a) ou namorado(a) (inclusive ex-cônjuge, ex-companheiro(a), ex-parceiro(a) ou ex-namorado(a)), em 24,5% das respostas. Neste índice, a taxa de mulheres é mais que o dobro (32%) da de homens (14,7%).
Em 22,2% dos relatos, o agressor era amigo(a), colega ou vizinho(a), sendo 27,8% para homens e 18,0% para mulheres. O agressor era pessoa desconhecida em 19,6% dos casos (13,6% para mulheres e 27,5% para homens) e pai, mãe, padrasto, madrasta, irmão(ã) ou filho(a) em 12,7% dos relatos (15,9% para mulheres e 8,4% para homens). Para 43% das vítimas, a residência foi o local da última (ou mais grave) ocorrência. Para esse local, a taxa das mulheres (55,3%) foi mais que o dobro da de homens (26,6%).
Violência física é mais frequente entre jovens e entre pretos e pardos
A PNS 2019 mostra que 6,6 milhões de pessoas de 18 anos ou mais sofreram violência física nos 12 meses anteriores à entrevista, o que representa 4,1% da população nesse grupo etário, (4,2% para mulheres e 4,0% para homens). A maior prevalência foi entre as pessoas jovens (18 a 29 anos): 7,7%. Pessoas pretas (5,2%) e pardas (4,9%) sofreram mais este tipo de agressão do que as pessoas brancas (3,2%). O grupo com a renda mais baixa apresentou maior grau de vulnerabilidade: 7,2% das pessoas sem rendimento até 1/4 do salário-mínimo e 2,6% das pessoas com rendimento maior do que 5 salários-mínimos.
Entre os tipos de agressão listadas pela pesquisa, predomina a de ser empurrado, segurado com força ou ter algo jogado em sua direção com intenção de machucá-lo (62,9%), seguido por receber um tapa ou uma bofetada (43,0%), ser ameaçado ou ferido com faca, arma de fogo ou outro objeto (33,7%), levar soco, chute ou ser arrastado pelo cabelo (28,9%) e sofrer estrangulamento, asfixia ou queimadura proposital (9,2%).
52,4% dos agressores físicos de mulheres eram companheiros ou ex-companheiros
O grupo de agressores mais citado em violência física foi cônjuge, companheiro(a), ou namorado(a), com 35,9% das respostas. O percentual das mulheres (52,4%) foi mais que o triplo do dos homens (16,3%). Em segundo lugar geral ficaram as pessoas desconhecidas, com 22,1% das respostas, mas a situação se inverte: a taxa dos homens (34,5%) foi mais que o triplo da das mulheres (11,6%). Citaram o agressor como um amigo(a), colega ou vizinho(a) 15,3%, sendo 23,1% para homens e 8,7% para mulheres.
A residência foi o local da última (ou mais grave) ocorrência mais citado pelas vítimas de violência física (54,0% das respostas), principalmente entre as mulheres (72,8%, ante 31,7% para os homens). Em locais públicos (29,0%), apresentou uma ocorrência maior entre os homens (42,1%, ante 17,9% para as mulheres).
53,3% dos agressores sexuais de mulheres eram companheiros ou ex-companheiros
Em 2019, cerca de 1,2 milhão de pessoas com 18 anos ou mais de idade sofreram violência sexual nos 12 meses anteriores à entrevista (ou 0,8% desse grupo etário), sendo 885 mil mulheres (ou 1,0% delas) e 332 mil homens (ou 0,4% deles). Cerca de 72,7% das vítimas eram mulheres.
As pessoas de 18 a 29 anos apresentaram a taxa mais elevada (1,6%). Por cor ou raça da vítima, as diferenças não foram estatisticamente relevantes: pessoas pretas com 0,9% (ou 166 mil pessoas), pardas com 0,8% (534 mil) e brancas com 0,7% (503 mil).
Entre os tipos de violência, a predominância foi de vítima que informava ter sido tocada, manipulada, beijada ou teve partes do corpo expostas contra a vontade (79,7% das vítimas de violência sexual, sendo 76,1% para mulheres e 89,3% para os homens). Já a prevalência de vítimas ameaçadas ou forçadas a ter relações sexuais ou quaisquer atos sexuais contra a vontade teve foi de 50,3%, sendo 57,1% para mulheres e 32,2% para homens.
Os agressores mais citados pelas vítimas de violência sexual foram cônjuge(s), companheiros(as), ou namorados(as) e ex: 45,6% dos casos, com diferença considerável entre mulheres (53,3%) e homens (25,3%).
O local mais citado foi a residência das vítimas (52,3%), com taxa de 61,6% para as mulheres e de 27,4% para os homens. Locais públicos (21,5%) e trabalho, estabelecimento de ensino ou bar e restaurante (19,4%) vieram a seguir.
8,9% das mulheres adultas já sofreram violência sexual alguma vez na vida
Para as pessoas que responderam que não sofreram agressão sexual nos últimos 12 meses, foi perguntado se ela sofreu essa violência alguma vez na vida. Considerando as duas perguntas, 9,4 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade foram vítimas de violência sexual, independentemente do período de referência, o que corresponde a 5,9% da população total, taxa maior entre mulheres (8,9%) do que entre homens (2,5%.)
As pessoas de 18 a 29 anos de idade apresentaram uma proporção maior (7,2%) do que as pessoas de 60 anos ou mais (3,5%). Considerando-se cor ou raça e rendimento domiciliar per capita, não houve diferenças estatisticamente significativas.
79,7% usam de cinto de segurança no banco da frente e 54,6%, no banco de trás
No país, em 2019, 79,7% das pessoas de 18 anos ou mais de idade sempre usavam cinto de segurança no banco da frente quando dirigiam ou andavam no banco da frente como passageiro, incluindo táxi, aplicativos de transporte e similares. As mulheres apresentaram percentual mais elevado (81,5%) que os homens (77,7%). Na área urbana, 82,6% adotavam esta prática, ante 61,1% na área rural. As menores taxas foram na Região Norte (69,5%) e no Nordeste (69,7%) e as maiores, no Sudeste (85,4%), Sul (84,6%) e Centro-Oeste (81,8%);
A proporção de pessoas que sempre usavam cinto no banco de trás foi de 54,6%.
82,6% dos motociclistas sempre usavam capacete
No Brasil, das pessoas que informaram dirigir motocicleta, 82,6% sempre usavam capacete. Entre as pessoas com maior escolaridade este percentual foi o mais alto (91,6%) e entre aquelas com menor escolaridade, foi o mais baixo (74,4%). Observou-se também uma nítida distinção no hábito de utilização desse equipamento entre pessoas residentes na área rural (60,7%) e na urbana (89,2%).
As Regiões Sul (95,7%), Centro-Oeste (95,0%) e Sudeste (94,4%) tinham os maiores percentuais de pessoas que sempre usavam capacete quando dirigiam motocicleta, e Norte (69,5%) e Nordeste (68,6%), as menores proporções.
A proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que usavam capacete como passageiros de motocicleta, no Brasil, foi de 77,3%, sendo 81,8% na área urbana e 57,6% na área rural.
70,0% dos motoristas afirmam que nunca manuseiam celular ao dirigir
Entre as pessoas que declararam dirigir moto ou automóvel, 70,0% nunca manuseavam o aparelho celular durante a condução do veículo. No entanto, 3,1% relataram que sempre o manuseavam e 10,6% que o faziam às vezes.
59,5% dos acidentes de trânsito com lesões corporais foram com motociclistas
Em 2019, 3,9 milhões de pessoas com 18 anos ou mais (ou 2,4% desse grupo etário) afirmaram ter sofrido acidente de trânsito com lesões corporais, nos 12 meses anteriores à entrevista. Esse percentual foi maior no Norte (3,4%) e Centro-Oeste (3,2%) e menor no Sul (2,0%), Sudeste (2,1%) e Nordeste (2,7%).
A motocicleta foi o principal meio de transporte na ocasião do acidente, representando 59,5% dos casos. O automóvel foi o segundo, com 31,0% dos casos. Em 9,5% dos casos, o acidente ocorreu com pedestres ou em outros meios de transporte, como bicicleta, ônibus, etc.
Pela primeira vez, a PNS incluiu sintomas ou diagnósticos de doenças transmissíveis
O módulo sobre doenças transmissíveis é um dos novos temas incluídos na PNS 2019, com a investigação sobre a presença de tosse, manchas com dormência, doença de Chagas e infecções sexualmente transmissíveis.
Em 2019, cerca de 2,9% da população de 18 ou mais anos de idade do país (ou 4,6 milhões de pessoas) estavam com tosse há três semanas ou mais, e 1,2% desta população (ou 1,9 milhão de pessoas) tinham mancha com dormência ou parte da pele com dormência. Além disso, cerca de 660 mil pessoas de 18 anos ou mais de idade (ou 0,4% desse grupo etário) tiveram diagnóstico médico de Doença de Chagas em qualquer momento da vida.
Em 2019, 1 milhão de pessoas tiveram Infecção Sexualmente Transmissível diagnosticada
No conjunto das infecções sexualmente transmissíveis (IST), cerca de 0,6% da população de 18 anos ou mais de idade do Brasil afirmou ter diagnóstico médico de IST nos 12 meses anteriores à data da entrevista ou, aproximadamente, 1 milhão de pessoas.
Para as pessoas de 18 anos ou mais de idade que tiveram diagnóstico médico de alguma infecção sexualmente transmissível nos últimos 12 meses, a pesquisa investigou possíveis orientações recebidas de um profissional de saúde. Dentre as orientações investigadas, as frequências estimadas foram: informar aos parceiros a infecção, 84,5%; usar regulamente preservativo, 83,9%; fazer teste de HIV, 75,4%; fazer teste de sífilis, 73,7%; fazer os testes para as hepatites B e C, 68,6%; e tomar vacina para hepatite B, 46,7%.
Idade média da primeira relação sexual é de 17,3 anos
No Brasil, 93,9% das pessoas de 18 anos ou mais de idade informaram que tiveram relação sexual pelo menos uma vez na vida. A proporção de homens que afirmaram terem tido relação sexual alguma vez na vida (94,8%) foi superior ao percentual observado para as mulheres (93,0%). Entre os jovens de 18 a 29 anos, 88,3% tiveram relação sexual alguma vez na vida, taxa que sobe para 93,2% entre a população com 60 anos ou mais.
A idade média para a primeira relação sexual, na população de 18 anos ou mais de idade, foi estimada em 17,3 anos. A Região Norte tinha a menor idade média (16,4 anos) e a Sudeste tinha a maior (17,6 anos). Entre os homens, a idade média da primeira experiência sexual foi de 16,4 anos, inferior à das mulheres, 18,1 anos.
A idade de iniciação sexual tende a aumentar com a renda familiar, variando entre 16,5 anos, na população com rendimento domiciliar per capita de até 1/4 do salário mínimo, a 18,1 anos, entre as pessoas com rendimento superior a 5 salários mínimos.
22,8% da população com 18 anos ou mais usavam sempre preservativo
No Brasil, entre as pessoas com 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à entrevista, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas nesse grupo etário) usaram preservativo em todas as relações sexuais desse período.
Enquanto 36,5% das pessoas de 18 a 29 anos disseram utilizar preservativo em todas as relações sexuais, tal indicador foi de 21,7% entre as pessoas de 30 a 39 anos, 17,9% no grupo de 40 a 59 anos e 11,6% entre as pessoas de 60 anos ou mais.
Cerca de 22,8% das pessoas afirmaram ter usado camisinha sempre, 17,1% às vezes, 59,0% nenhuma vez, enquanto 1,1% dos informantes recusou-se a responder. Entre os homens, 57,7% afirmaram ter tido todas as suas relações sexuais sem preservativo e 16,7% usaram às vezes. Entre as mulheres, 60,5% tiveram todas as relações sem preservativo e 17,4% afirmaram ter usado às vezes.
A proporção de pessoas que afirmaram não ter usado preservativo aumentou com a idade: 34,2% das pessoas de 18 a 29 anos não usaram camisinha em nenhuma das relações sexuais que tiveram nos últimos 12 meses, ante 82,0% das pessoas com 60 anos ou mais.
Confiança no(a) parceiro(a) é a maior causa do não uso de preservativos
Para os que não usaram camisinha em nenhuma de suas relações sexuais nos últimos 12 meses, ou para os que usaram preservativo em algumas vezes, mas não na última relação, a PNS investigou o principal motivo desse comportamento.
A resposta de 73,4% dos entrevistados (78,6% dos homens e 68,0% das mulheres), foi porque confia no parceiro. Entre os homens, o segundo motivo mais frequente foi não gostar (9,8%) e o terceiro foi ter usado outro contraceptivo (8,0%). Entre as mulheres, o segundo motivo foi ter usado outro contraceptivo (16,8%), seguido por não gostar (7,0%).
Tempo médio do deslocamento de casa para o trabalho era de 4,8 horas por semana
Em 2019, cerca de 86,6% das pessoas de 15 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, se deslocavam de casa para o trabalho (ou 85,7 milhões de trabalhadores).
O tempo médio de deslocamento de casa para o trabalho dessas pessoas ocupadas (somando-se os trajetos de ida e volta) era de 4,8 horas semanais, sendo 4,9 horas em área urbana e 3,5 horas em área rural. A média semanal desse tempo de deslocamento para as pessoas pretas (5,6 horas) era superior à das pardas (4,9 horas) e das brancas (4,4 horas).
Trabalho à noite predominava entre os homens
Cerca de 13,3% pessoas ocupadas com 15 ou mais anos de idade (ou 13,2 milhões de trabalhadores) trabalhavam, habitualmente, entre as 8 horas da noite e 5 horas da manhã, sendo a prevalência dos homens (16,3%) maior que a das mulheres (9,6%).
As maiores prevalências de trabalho noturno foram das pessoas com nível médio completo e superior incompleto (16,1%) e com rendimento domiciliar per capita acima de 5 salários mínimos (16,9%). Entre os grupamentos de atividades, alojamento e alimentação (28,7%) e transporte, armazenagem e correio (26,9%) tinham os maiores percentuais.
7,8 milhões de trabalhadores viram alguém fumando no ambiente fechado do trabalho
Cerca de 10,6% das pessoas ocupadas de 15 anos ou mais de idade (ou 7,8 milhões de trabalhadores) presenciaram alguém fumando no ambiente fechado de algum dos trabalhos que exerciam, nos 30 dias anteriores à entrevista. As prevalências foram de 17,5% para as pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto que normalmente trabalhavam em ambientes fechados e de 5,0% para aquelas com ensino superior completo.
49,0% dos trabalhadores foram expostos a fatores de risco à saúde
Cerca de 48,5 milhões pessoas ocupadas com 15 anos ou mais de idade (ou 49,0% dos trabalhadores) estavam expostos a fatores que poderiam afetar sua saúde. A prevalência dos homens (59,7%) superava a das mulheres (35,6%).
Cerca de 25,5% das pessoas estiveram expostas a barulho intenso; 23,5% ao sol; 13,8% a agrotóxicos, gasolina, diesel, formol, chumbo, mercúrio, cromo, quimioterápicos etc.; 11,5% a poeira mineral, pó de mármore, de areia, de brita, de vidro, de amianto, de ferro ou aço; 6,7% a resíduos urbanos (lixo); 5,4% a material biológico (sangue, agulhas, secreções); e 1,5% a material radioativo (transporte, recebimento, armazenagem, trabalho com raio-X).
Cerca de 60,8% das pessoas com até o fundamental incompleto estiveram expostas a esses fatores, ante 32,6% para aquelas com ensino superior completo. As prevalências entre pessoas pretas (54,1%) e pardas (52,3%) superaram a das brancas (44,6%).
Quase três milhões de pessoas não tinham qualquer amparo familiar
Cerca de 76,8% das pessoas com 15 anos ou mais de idade podiam contar com pelo menos um amigo ou familiar; 19,3% não contavam com nenhum amigo, mas com pelo menos um parente ou familiar; 2,1%, com pelo menos um amigo, mas nenhum parente ou familiar; e 1,8% não podiam contar com nenhum amigo, parente ou familiar. São quase 3 milhões de pessoas sem rede de amparo familiar, dos quais 603 mil têm 60 anos ou mais de idade.
Nos 12 meses anteriores à entrevista, 52,0% das pessoas de 15 anos ou mais de idade se reuniram com outras pessoas para praticar esportes, atividades físicas, recreativas ou artísticas em grupo e 68,9% frequentaram atividades coletivas de sua religião ou de outra religião.
Fonte: Agência IBGE