Lutamos por uma nação baseada na democracia, na tolerância e no respeito ao próximo
As manifestações contra o governo Bolsonaro no dia 2 de outubro tiveram êxito e mostraram, em sua maioria, o caráter democrático do movimento. Mostraram que podemos sim realizar ações unitárias e que o campo progressista com seus partidos, sindicatos e movimentos sociais está vivo e forte.
O objetivo das nossas ações unitárias é inequivocadamente defender a nação brasileira, combater o autoritarismo e construir uma democracia que acolha e valorize o povo.
Na nota em que convocamos o ato afirmamos claramente que: “Para derrubar Bolsonaro, é preciso ir além do nosso campo, pois precisamos de 342 votos na Câmara dos Deputados para aprovar o impeachment. Não é questão de ideologia, mas sim de matemática. Neste momento, um dos mais graves da nossa história, é necessário focar no que nos une, e não no que nos separa. Para podermos continuar a ter o direito de discordar, de disputar eleições livres e de manter a nossa democracia, Bolsonaro tem que sair já”.
Por isso não podemos deixar de apontar um grave problema que não apenas tem se repetido, como tem aumentado nas manifestações em São Paulo: a intolerância, a postura autoritária e, pior, a violência física.
A violência que militantes do PDT e, em especial o ex-ministro Ciro Gomes, sofreram no sábado, dia 2, foi um evento totalmente inaceitável. Outros representantes do movimento sindical e popular também foram prejudicados no momento de suas falas.
Já se tornaram comuns nas manifestações contra o desgoverno de Jair Bolsonaro as provocações e os ataques de grupos minoritários sem expressão e sem representatividade.
Eles se posicionam estrategicamente em frente ao carro de som para atrapalhar todos aqueles que não seguem sua cartilha sectária.
Parece que não está claro para eles qual o verdadeiro foco da manifestação e, com isso, nos resta concluir, que agitações como essas que prejudicam e dividem o próprio campo progressista tem apenas uma consequência: fortalecer o atual governo de extrema direita.
Não é esse o Brasil que queremos e pelo qual estamos lutando. Não queremos uma politica baseada na intolerância, na coerção, no fanatismo e na violência física.
Queremos sim construir uma democracia onde todos e todas tenham vez e tenham voz. Uma democracia popular baseada no respeito ao próximo.
É para isso que seguimos lutando.
São Paulo, 3 de outubro de 2021
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Antonio Neto, presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Adilson Araújo, presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Reginaldo Inácio, presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor
Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora