Parlamentares acreditam em cassação. Mas, antes, Mamãe Falei faz campanha nas redes e pede pressão de seguidores contra Conselho de Ética
São Paulo – Relatório do deputado estadual Delegado Olim (PP), propondo a cassação do mandato de Arthur do Val será votado nesta terça-feira. A votação pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo está prevista para as 14h. O parlamentar foi denunciado pelo deputado estadual Emídio de Souza (PT), que recebeu o apoio de outros 11 parlamentares, de diversos partidos. A reportagem é de Rodrigo Gomes, da Rádio Brasil Atual.
A representação foi uma reação aos áudios em que Arthur do Val, o Mamãe Falei, se refere às mulheres ucranianas de forma machista e sexista. O parlamentar teria ido à Ucrânia “voluntariamente” a pretexto de prestar apoio contra a invasão russa e levar doações. Mas nas gravações, fala das mulheres que estão na fila de refugiados e que elas são “fáceis, porque elas são pobres”. No mesmo áudio, diz que iria programar viagem ao Leste Europeu no ano seguinte, fazendo apologia ao turismo sexual.
Além das falas sexistas, Mamãe Falei teria arrecadado valores da sociedade na condição de deputado estadual sem dar transparência. Ou seja, não houve prestação de contas sobre os R$ 250 mil arrecadados para doação ao povo ucraniano, segundo o Movimento Brasil Livre, do qual fez parte.
A denúncia pela cassação inclui ainda o fato de Arthur do Val se posicionar favoravelmente a uma nação em guerra, na condição de parlamentar, à revelia do posicionamento do governo brasileiro. E também de confeccionar coquetéis molotov alegadamente para ajudar o exército ucraniano no conflito
Em seu relatório, Delegado Olim destaca que o parlamentar já recebeu duas advertências do Conselho de Ética. Assim, diante das acusações, a legislação determina punição com a perda de mandato.
Para o deputado Emídio de Souza, não há dúvida de que o Conselho de Ética vai aprovar a cassação do mandato de Arthur do Val. O parlamentar entrou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça de São Paulo, para parar o processo, alegando que seu direito de defesa foi cerceado. No entanto, o Órgão Especial do tribunal, composto por 25 desembargadores, negou o pedido.
Se o relatório passar no Conselho de Ética, o processo contra Mamãe Falei segue ao plenário da Assembleia. “Tenho certeza de que ele será cassado no Conselho de Ética e cassado no plenário”, diz Emídio de Souza. (RBA)