Preços de alimentos e combustíveis caem. País tem deflação e menor taxa para junho em seis anos

Indicador oficial da inflação (IPCA) soma 3,16% em 12 meses, no menor nível desde 2020. INPC também caiu

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de -0,08% em junho, menor variação para o mês desde 2017, que aponta para deflação no período. Segundo os resultados divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE, a taxa oficial da inflação no país soma 2,87% no ano e 3,16% em 12 meses (no menor nível em quase três anos). Quedas nos preços de alimentos e combustíveis puxaram o IPCA para baixo.

No grupo Alimentação e Bebidas, por exemplo, a variação no mês passado foi de -0,66%, com impacto de -0,14 ponto percentual no índice geral. O item da alimentação no domicílio recuou 1,07%. O IBGE destaca produtos como óleo de soja (-8,96%), frutas (-3,38%), leite longa vida (-2,68%) e carnes (-2,10%). Entre as altas, batata inglesa (6,43%) e alho (4,39%).

Já a alimentação fora do domicílio aumentou, mas menos do que em maio: de 0,58% para 0,46%. O lanche subiu 0,68% e a refeição, 0,35%.

Com deflação, caem preços da gasolina e etanol
No grupo Transportes (variação de -0,41% e impacto de -0,08 ponto), caíram tanto os preços de automóveis novos (-2,76%) como usados (-0,93%). Além dos combustíveis: óleo diesel (-6,68%), etanol (-5,11%), gás veicular (-2,77%) e gasolina (-1,14%). Por sua vez, após queda em maio (-17,73%), as passagens aéreas subiram 10,96%.

O grupo Habitação teve alta de 0,69%, com aumento médio de 1,43% (0,06 ponto) na energia elétrica residencial. Segundo o IBGE, isso foi resultado de reajustes em Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Porto Alegre. A taxa de água e esgoto também subiu (1,69%), com reajustes aplicados em Belém, Curitiba, São Paulo e Aracaju.

Ainda nesse grupo, o gás encanado variou -0,04%, com resíduo de reduções tarifárias em Curitiba e no Rio de Janeiro. O preço médio do gás de botijão também recuou (-3,82%).

Planos de saúde têm alta
Em Saúde e Cuidados Pessoais (0,11%), a principal influência veio dos planos de saúde (0,38%). Consequência do reajuste de até 9,63% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O IPCA variou de -0,97% (Goiânia) a 0,31% (Belo Horizonte). Só cinco das 16 áreas pesquisadas tiveram alta. Em 12 meses, o índice vai de 1,11% (São Luís) a 4,44% (São Paulo).

INPC também tem deflação: -0,10%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em -0,10%. Com isso, o indicador, que é usado como referência em negociações salariais, soma 2,69% no ano e 3% em 12 meses.

Segundo o IBGE, os produtos alimentícios caíram em média 0,66%, após alta (0,16%) em maio. Já os não alimentícios foram de 0,43% para 0,08%. (RBA)
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