Com a crise econômica e diminuição da proteção social, instituto conclama agenda de mudanças em prol dos direitos humanos e da preservação ambiental. Evento ocorre nestas terça e quarta-feiras (4), em São Paulo
Teve início na manhã desta terça-feira (3), a Conferência Ethos 360º, evento que ocorre até amanhã (4) no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Realizada anualmente desde 1999 pelo Instituto Ethos, a conferência deste ano tem como mote principal o atual contexto social e ambiental do país criado a partir da crise econômica e de diminuição da proteção social. Com mais de 60 painéis e seis palcos montados, a programação também discute uma transição para a chamada economia de baixo carbono.
As mesas de debates são realizadas entre 9h e 18h em ambos os dias, com a participação de empresários, pesquisadores, professores e agentes do mercado compartilhando casos e iniciativas nacionais e internacionais.
Fundado por empresários e executivos da iniciativa privada, o Instituto Ethos conta hoje com pelo menos 450 empresas associadas com quem faz um trabalho de revisão das práticas em prol do compromisso com a responsabilidade social. A Conferência Ethos 360º também vem nesse sentido de levantar e debater experiências sobre as trajetórias econômicas, sociais e políticas em torno de um desenvolvimento sustentável, como destaca a organização. “A gente entende que é muito importante e trabalha isso dentro do Ethos, não só um compromisso público das empresas, mas também o desenvolvido de ações internas, de políticas e procedimentos internos que encaram a questão das mudanças climáticas”, destaca o diretor-adjunto do grupo, Felipe Saboya em entrevista à Rádio Brasil Atual.
O tema de mudanças climáticas deve pautar ainda outra conferência, no mês de novembro, em Recife, onde o Ethos, ao lado de outras organizações sociais, realizarão um debate voltado às mudanças climáticas tendo em vista o cancelamento da Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas, a COP25, que seria realizada no Brasil mas foi anulada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Ao jornalista Glauco Faria, o diretor-adjunto do Instituto Ethos destaca já não ser mais possível pensar na sobrevivência das empresas sem levar em conta os direitos humanos, a preservação ambiental e adaptação às mudanças climáticas e a questão da integridade, ética e transparência como temas estratégicos. “A defesa dessas agendas também faz uma defesa para sustentação da existência dessas empresas”, afirma.