Preço da cesta básica cai de abril para maio e reajuste do mínimo eleva poder de compra

Em maio, trabalhador remunerado pelo piso comprometeu 56% da renda líquida para comprar os produtos. No mesmo período de 2022, o percentual foi de 59%

São Paulo – O preço médio da cesta básica caiu de abril para maio em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Em relação a igual mês do ano passado, a situação se inverte, com alta em 14 cidades. No acumulado de 2023, são 11 capitais com aumento, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (6).

Segundo o instituto, as principais quedas no mês passado foram apuradas em Brasília (-1,90%) e Campo Grande (-1,85%). Já as altas foram registradas em Salvador (1,42%), Curitiba (1,41%) e Belém (1,37%). Em 12 meses, o custo médio sobe principalmente em Fortaleza (7,03%), Belém (6,56%) e Goiânia (4,49%). Ainda nessa comparação, são três capitais com queda: Recife (-1,47%), Curitiba (-1,38%) e Florianópolis (-0,90%).

Novo salário mínimo e a cesta básica
O maior preço da cesta foi calculado em São Paulo (R$ 791,82) e o menor, em Aracaju (R$ 553,76). A composição é diferente nas cidades das regiões Norte e Nordeste. Com base na mais cara de maio, o Dieese estimou em R$ 6.652,09 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família, ou 5,04 vezes o o valor do piso oficial. Esse proporção caiu tanto em relação a abril (5,13) como a maio do ano passado (5,40).

Além disso, com o aumento do salário mínimo em maio (para R$ 1.320), o tempo médio de trabalho para adquirir os produtos da cesta caiu para 113 horas e 19 minutos, ante 114 horas e 59 minutos no mês anterior. Também foi menor em relação a 2022 (jornada de 120 horas e 52 minutos).

Renda líquida
Assim, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu 55,68% da renda líquida com os produtos da cesta. Menos do que em abril (56,51%) e do que em maio do ano passado (59,39%).

Entre os produtos, o preço do óleo de soja caiu em todas as capitais, enquanto o quilo da carne bovina de primeira recuou em 14 das 17 cidades pesquisadas. Com o açúcar refinado ocorreu o contrário, com aumento em 14 capitais, assim como o tomate. (RBA)
Imagem: Tumisu/Pixabay